Barcelona do final do século XIX: uma jovem e sua abastada família, que chega à ruína física e moral, pelas regalias e festas de sua mãe - uma Condessa vaidosa - e os jogos compulsivos do seu pai. Esses personagens voltam em outra encarnação, na Bahia, em pleno século XX, numa situação social totalmente oposta. A autora espiritual mostra que a vida é um presente de Deus. Mais uma chance, mais uma oportunidade de renovação, mostrando que vale a pena não desistir diante dos obstáculos, e que nunca estamos sozinhos nesta caminhada terrena.
Narrativas verdadeiras, tiradas de muitos anos onde decorreram tragédias envolvendo nossos irmãos escravos. Ao ler essas páginas ditadas com tanto carinho, que se transformem em bálsamos para todos aqueles que, até hoje, lutam por amor e não compreendem a razão de tantos transtornos até a conquista da pessoa amada. Histórias mescladas de amor puro, para que a vida possa se espelhar no melhor da obra, levando algo de bom para proveito de todos.
Obra que, pela sua temática sobre a família, permanece viva nos dias presentes. Escrito em 1886, época de grande importância para a história da Doutrina Espírita, apresentou-se como um marco, visto que em 16 de agosto desse mesmo ano, no Salão da Guarda Velha do Rio de Janeiro Bezerra de Menezes, em palestra pública, proclamou a um auditório de duas mil pessoas sua adesão ao Espiritismo. Nasceu a primeira edição somente quatro anos depois, em 1890, quando a República já havia sido implantada, batizando uma nova etapa em sua vida: desapareceu o político para surgir o apóstolo. Os carneiros de Panúrgio se trata de uma expressão adagiária para indicar a mentalidade gregária do povo. Panúrgio, homem bem falante, simpático, mas sem dinheiro algum, foi injuriado por Dindenaut, vendedor de carneiros. Para se vingar, comprou-lhes os mais bonitos e os jogou no mar. Os demais, vendo isso, seguiram cegamente os primeiros e todo o rebanho pereceu nas águas. Dindenaut e seus ajudantes se jogaram ao mar na tentativa de salvar os carneiros, mas também se afogaram. Panúrgio significa espertalhão, astuto.